Como Freud interpreta o luto? A melancolia é estudo de Freud. Como ele a define?
- Silvia Maria Del Secchi Ferreira
- 17 de ago. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 18 de ago. de 2024

Luto, momento único e singular, um marco onde todos os seres humanos irão passar na dinâmica da vida frente a perdas de um elo entre uma pessoa e seu objeto.
O luto é doloroso, triste, entrópico, gera individualização e produz dificuldades para os indivíduos se socializarem, levando um tempo para o restabelecimento ao vínculo familiar e até mesmo social.
É, atemporal e constante durante a vida humana, interpretado como superável por muitos pesquisadores deste tema e pelo estudioso Sigmund Freud (1917), que em seus escritos percebe associações entre luto e. posteriormente em sua publicação na obra Luto e melancolia.
O luto foi interpretado como não prejudicial para o indivíduo, se bem elaborado e, reprocessado por ele, não sendo necessário nada a ser feito.
Cavalcanti et al. (2013), apud Freud (1915), o entende como "um processo natural, instalado para a elaboração da perda, que pode ser superado após algum tempo e, por mais que tenha um caráter patológico, não é considerada doença, sendo assim, interferências tornam-se prejudiciais."
Corrobora com o entendimento de que o luto é um processo que desempenha uma função.
Costuma ser alcançado após vários testes de realidade do ego que trazem o desligamento progressivo da energia libidinal do objeto pelo mundo externo para se ordenar o mundo mental.
Assim, age ao contrário da Melancolia, onde há um processo crônico das emoções e sentimentos e, é mais complexo pois, o indivíduo se vê interligado ao objeto perdido o que o torna mais intrincado e enigmático, onde a carga libidinal após o trauma não é redirecionada e não se consegue desinvestir a mesma energia em outro foco o que resulta em grave prejuízo na reorganização mental.
O mecanismo do neurótico é da fantasia do objeto que atende a libido funcional, onde se torna mecanismo de defesa.
Para Cavalcanti et al., (2023) apud Frued (2025), "qualquer atividade que não esteja vinculada ao objeto perdido ocorre a perda de interesse do mundo externo, por causa da acatexia do objeto que atende por assim dizer a esvaziar o ego."
Conclui-se que, nessa dimensão o ego é portador de uma tarefa difícil no estado de luto onde está absorvida por grande perda da quantidade de energia intrapsíquica que necessita disponibilizar esse indivíduo.
Para além, a Teoria Freudiana foi perspicaz em dinamizar o luto com naturalidade e a melancolia como algo adjacente a alguns indivíduos que conduzem o intrapsíquico com maior dificuldade de restabelecimento, necessitando de apoio por profissionais da saúde, especialmente psiquiatras, psicólogos e terapeutas do luto para que, o reconduzam a esse fenômeno mental natural ao desenvolvimento humano."
Referências
CAVALCANTI, Andressa Katherine Santos; SAMCZUK, Milena Lieto; BONFIM, Tânia Elena. O conceito psicanalítico do luto: uma perspectiva a partir de Freud e Klein. Psicólogo Informação, v. 17, n. 17, p. 87-105, 2013. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-88092013000200007&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 05 mar. 2024.
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